Com 67 milhões de internautas, o Brasil lidera o ranking dos países que passam, mais tempo online; São 45 horas e 43 minutos, deixando o Brasil a frente de países como o Reino Unido e a França.
Observando mais de perto a população de internautas brasileira, uma pesquisa do IBOPE revelou que boa parte destes pertence a cada vez mais relevante Classe C, que com algum dinheiro e muita disposição para comprar, foi o fiel da balança durante a crise financeira, mantendo o ritmo do comércio e ajudando o Brasil a sofrer menores impactos.
“C” commerce
Segundo a pesquisa do
IBOPE, esse grupo agora é um importante nicho de mercado também para o e-commerce. O acesso à internet da classe C cresceu 18%, mas a maioria ainda acessa por lan houses ou do local de trabalho. Ainda assim, “a classe C, somada à D e à E, acessa mais do que as classes A e B”, disse o Diretor da área de inovação do Ibope, Alexandre Crivellaro.
Dados divulgados pela consultoria e-bit, mostram que 60% dos novos consumidores tem renda familiar de até R$ 3 mil. No primeiro semestre de 2010, mais 2,4 milhões de consumidores entraram para o mundo das compras virtuais. Esse número, base dos clientes que já fizeram ao menos uma aquisição pela internet, chega a 20 milhões de pessoas. A classe C já representa 30% desse total e a previsão é que no final do ano outras 3 milhões de pessoas entrem para o mercado virtual, um aumento de 30% na base total de consumidores virtuais no Brasil.
Entre os fatores que influenciaram diretamente o crescimento das vendas no e-commerce com a adesão da classe C, estão os interesses de mercado que vieram ou se reforçaram com ela, como a entrada de grandes lojas tradicionais no comércio eletrônico, a venda de computadores populares e o aumento do número de cartões de crédito entre pessoas de baixa renda; além de fatorestécnicos como a maior penetração da banda larga e o crescimento número de pontos públicos de acesso à internet.
Gerar confiança
O maior desafio para o e-commerce conquistar a adesão da classe C é convencer os iniciantes que comprar no mundo virtual é seguro, pois comprar na internet é, sobretudo, uma questão de confiança.
O e-consumidor de primeira viagem fica desconfiado se a loja é conhecida, se receberá o produto no dia, e qual procedimento de compra adotar, não raro precisa da ajuda de alguém com mais experiência e nas aquisições seguintes tende a dar preferência ao site onde já fez uma compra que deu certo; vencidas essas etapas, a tendência é sempre consumir mais e melhor, ficando mais exigente.
O índice de confiança do brasileiro nas compras online é superior ao registrado nos EUA, referência para comércio eletrônico. O indicador medido pelo e-bit tem como base dez variáveis, como entrega e confiabilidade de pagamento e ficou em 86% em junho.
Rede Social e TV, as grandes garotas-propaganda
De acordo com a pesquisa do Ibope, para atrair o consumidor da classe C, o e-commerce precisa investir em propagandas, principalmente na web 2.0, já que os portais mais acessados por essa população são as redes sociais, em contraponto aos emails, sites de notícias e buscadores, preferidos pelas classes A e B.
Existe uma relação direta entre os comerciais da TV e a Classe C, e nesse caso a comunicação integrada é a mais eficaz. Crivellaro comenta “A classe C confia muito na propaganda, especialmente se ela for ser bem feita. Celebridades também chamam a atenção. Isso tende a levar o consumidor da classe C a ir com mais facilidade para dentro da loja”, observou.
Fidelização: a palavra chave
O e-commerce no Brasil está se tornando mais democrático e assim, também mais abrangente. Aliado as políticas de inclusão social e o crescimento econômico, o comércio eletrônico brasileiro pode se tornar ainda mais expressivo no cenário mundial.
Comunicação clara, credibilidade na relação com o cliente, bons preços, segurança e facilidade no pagamento, farão com que as vendas pela web tenham mais chances de crescer entre esse público, fidelizando-o.
Para conquistar a fidelização destes clientes será necessário uma série de ações bem implementadas na rede: como facilidade de busca e localização; larga presença na web; facilidade na hora de realizar e finalizar a compra; mais formas de pagamento; preço competitivo; variedade de produtos; atendimento de pós-venda eficiente e sobretudo; uma boa experiência de compra.